Maranhão tem 40% no Bolsa Família há pelo menos 10 anos
O estado figura entre os cinco com maior proporção de dependência prolongada, atrás apenas de Alagoas (42,7%), Paraíba e Piauí (41,3% cada) e Rio Grande do Norte (40,7%).
No Maranhão, 40,1% das famílias beneficiárias do Bolsa Família recebem o auxílio há pelo menos uma década, segundo dados de fevereiro de 2025 obtidos via Lei de Acesso à Informação.
O estado figura entre os cinco com maior proporção de dependência prolongada, atrás apenas de Alagoas (42,7%), Paraíba e Piauí (41,3% cada) e Rio Grande do Norte (40,7%).
A região Nordeste mostra maestria na arte da permanência: 38,8% dos beneficiários estão no programa desde pelo menos 2015. Os números apontam que, enquanto alguns tentam sair da pobreza, outros parecem ter achado sua zona de conforto.
Já alguns especialistas apontam que a informalidade e a fragilidade econômica da região explicam parte dos números, mas destacam a necessidade de políticas específicas.
“Medidas de saída são tão relevantes quanto as de controle e fiscalização, com tecnologia, para que você pegue fraudes. O problema da fraude é que você deixa de fornecer o benefício para quem realmente precisa. Toda política pública precisa de dotação orçamentária, de planejamento, de recorte populacional e geográfico, mas ela precisa de acompanhamento e fiscalização”, , afirma Carla Beni, professora da FGV.
O Ministério do Desenvolvimento Social insiste que promove iniciativas para a “independência financeira” dos beneficiários.
A “Regra de Proteção”, por exemplo, permite que famílias que melhoram de renda continuem recebendo metade do benefício por dois anos – uma espécie de “desmame assistido” que, no Maranhão, muitos parecem ter transformado em plano de carreira.
O Maranhão, que tem 217 municípios, aparece com 40 cidades onde mais da metade dos beneficiários está há mais de 10 anos no programa.