Localizado no bairro do Laguinho, mais precisamente na esquina da Rua Odilardo Silva com a Avenida José Tupinambá, em Macapá, um bar temático vem chamando a atenção da população. Na reta final do Campeonato Brasileiro de futebol, o 'Bar do Vasco', mesmo tendo o time 'cruz-maltino' com risco de ser rebaixado para a Série B, vem atraindo cada vez mais torcedores e clientes. O curioso é que toda a família proprietária do estabelecimento torce e trabalha ao mesmo tempo.
O paraense João Carlos da Paixão, de 41 anos, conta que há quatro anos teve a ideia de montar o local. Não demorou muito para que a ideia saísse do papel. Inicialmente o bar tinha o nome de 'Bar Paid'égua'. Mas foi entre um rodada e outra acompanhando os jogos do Vasco, que um dos amigos de João Carlos, e também vascaíno, pediu à ele que trocasse o nome do estabelecimento. Foi aí que o bar começou a se tornar o reduto dos torcedores do time da colina.
- Inicialmente a ideia surgiu sem nenhuma pretensão de tornar um ponto de encontro dos vascaínos, porém, aos poucos os torcedores foram se fidelizando e só se reuniam aqui. Com isso, a fama do bar se espalhou pela cidade. Em dia de clássico, o local fica lotado e o jeito é acompanhar a partida do lado de fora, da rua, - explicou João.
Um dos torcedores mais fiéis é o auxiliar de secretaria Guilherme Farias. Frequentador do espaço há dois anos, ele conta que o bar recebe muitas pessoas de diversas classes sociais que torcem de uma maneira sadia. Segundo ele, o local oferece conforto aliado ao bom atendimento, mesmo tendo o clima de rivalidade.
- Aqui nos encontramos e conseguimos torcer de maneira tranquila sem que haja pressão ou tendo que enfrentar chacotas. O atendimento é muito bom, o que acaba fazendo com que a gente volte sempre. Como sou vascaíno, fica melhor ainda vir por aqui, pois não tenho muitos problemas com outros torcedores, - destacou Guilherme Farias.
João Carlos afirma que tem três filhos e todos são vascaínos, e ajudam no movimento do bar. A esposa Simone Araújo, junto com a filha Tátila Ribeiro são as mais presentes. Segundo a matriarca, o bar não proíbe a presença de torcedores de clubes rivais, porém ela confessa que já houveram registros de discussões, nunca de brigas. Quando flamenguistas, botafoguenses ou fluminenses estão presentes, a atenção é redobrada e os mesmos precisam ficar bem 'quietinhos', alerta.
- Como em todo lugar, não vemos problemas em receber torcedores de outros times. Mas como já houveram discussões fortes, a gente pede para que o cliente torcedor de outro clube não se altere muito, até porque logo ele fica 'marcado' e os vascaínos, se puderem, acabam o colocando 'pra' fora do bar, - afirma Simone Araújo.
Segundo João Carlos, o momento de maior ápice do local, ocorreu na Copa Libertadores de 2012, quando chegou a receber cerca de 400 pessoas, muitas tiveram que acompanhar do lado de fora do bar. João recorda que na época chegou a vender uma média de 40 à 60 grades de cerveja. Ele conta ainda que este ano, mesmo com o Vasco correndo o risco de cair para a segundona, o movimento no bar é considerado muito bom. O rendimento mensal é de aproximadamente R$ 1.500, mas já foi bem maior em outras épocas.
- Foi o momento de maior movimento de toda a historia do bar. Os torcedores chegaram a ficar na calçada, do lado de fora, e até na rua, acompanhando os jogos do Vasco pela Libertadores. Lógico, como todo vascaíno, mesmo na situação delicada deste ano, temos tido um movimento muito bom e cada vez mais crescente aqui no bar. Agora é rezar para escapar da segundona,- finalizou.