quarta-feira, 21 de maio de 2014

Assassino da escrivã Loane Maranhão confessa estupros para o delegado Celso Rocha  

O gari Francisco Alves Costa, de 43 anos, que está preso por ter assassinado brutalmente a escrivã Loane Maranhão, confessou para o delegado regional Celso Rocha o crime de estupro contra as próprias filhas menores. Motivo pelo qual ele foi denunciado e na fatídica quinta-feira [15] enquanto prestava depoimento na Delegacia da Mulher, endiabrado, assassinou com uma facada no pescoço a policial civil Loane.

O delegado Celso Rocha explicou que durante o interrogatório o criminoso não apresentou nenhuma característica que é doente mental. Diante da autoridade policial ele respondeu friamente a todas as perguntas, acrescentou ainda estar arrependido por ter assassinado Loane Maranhão.

Após confessar o duplo estupro a situação de Francisco Alves se tornou ainda mais complicada. Segundo algumas pessoas da área jurídica, juntando os 3 crimes, o gari sendo condenado no julgamento, poderá pegar a pena máxima de 30 anos de prisão.  

As duas filhas estrupadas pelo pai assassino encontram-se na Casa de Passagem da Secretaria de Assistência Social e estão sendo acompanhadas por psicólogos e assistentes sociais.  

“Sou soldada de um exército que lutará por Flávio Dino”, diz presidente do PT de Bom Jesus das Selvas


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Flávio Dino reuniu 9 dos 11 vereadores, além de vice-prefeito e lideranças da cidade.
A presidente do PT de Bom Jesus das Selvas, Maria Lira, aproveitou a passagem do Movimento Diálogos pelo Maranhão na cidade para declarar apoio ao pré-candidato Flávio Dino (PCdoB). Na cidade, o Dida do PT, forte liderança do Movimento Sem Terra (MST) também disse apostar em Flávio Dino para mudar o Maranhão.
Pra ter luta, tem que ter soldado. Eu tenho um voto, que é o meu, mas sou uma soldada da luta mobilizadora no meio de um exército que onde estiver acampado estará lutando em prol da candidatura de Flávio Dino”, disse Maria Lira, que é também ex-prefeita de Bom Jesus das Selvas.
A manifestação de apoio foi dada apesar de o PT não ter declarado apoio oficial ao projeto da oposição para as eleições de 2014. Dida do PT, liderança de Bom Jesus das Selvas, também deu sua contribuição ao projeto de Flávio Dino para o Maranhão.
Ele criticou o tempo de permanência da família Sarney no poder e contrapôs com o desenvolvimento do estado. “A família Sarney está aí há 50 anos e o que o Maranhão ganhou foi o ranking de primeiro lugar em corrupção. Quero pedir a vocês união e que Flávio Dino tome providências e tire o Maranhão dessa situação”, pediu.
Na passagem de Flávio Dino pelo município, diversas lideranças se reuniram em apoio à pré-candidatura de oposição no Maranhão. Entre eles estão o atual vice-prefeito Abdalla Filho (PTB) e o ex-candidato Fernando Coelho (PV). Os dois somaram-se aos vereadores Letícia Lira (PSDC), Irmão Cândido (PTC), Renatim Moto Taxi (PTB), Manoel Firmino (PR), Cláudio Joel (PRB), Teíde (PRP), Dr. Abdalla (PTB), Carlos César (DEM) e Irineu Filho (PP) que fortaleceram a passagem de Flávio Dino pelo município.
blog do Raimundo Garrone 
Bombeiros alertam para o manuseio correto de fogos de artifícios 
Soltar fogos de artifícios pode ser perigoso se não for seguida algumas recomendações  


Em época de Copa do Mundo de Futebol e festas juninas a utilização de fogos de artifício é muito comum, mas soltar rojões pode ser muito perigoso se não for seguida algumas recomendações.
Em alguns casos pode causar graves problemas que vão desde ferimentos a queimaduras, chegando, em casos mais graves, a amputação da mão.
Pensando nisso, o 5º Grupamento de Bombeiros Militar (5º GBM) alerta para algumas recomendações que as pessoas devem seguir para manusear os fogos de artifício e outros artefatos  pirotécnicos com segurança.
A primeira recomendação é sempre comprar esse tipo de material em estabelecimentos certificados pelo Corpo de Bombeiro. Verificar a data de validade e a procedência dos produtos é imprescindível.
Outra recomendação é também não nunca deixar crianças manusear bombas, rojões e foguetes. Para ter o resultado pretendido é necessário seguir todas as recomendações da embalagem, assim como para evitar contatos com o rosto e proteger as mãos, deve-se colocar dois ou três unidades de rojões e foguetes, de modo a formar um canudo grande.
Para soltar rojões e foguetes devem-se escolher locais longe de residências e a favor do vento. Na realização de arraiás e shows pirotécnicos, os locais devem passar por vistoria do Corpo de Bombeiros.
Segundo o 5º GBM, estas são algumas medidas que, se seguidas corretamente, podem evitar problemas e acidentes no manuseio de fogos de artifícios.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Prefeito Léo Coutinho visita Centros da Juventude 

Os Centros da Juventude dos bairros da Volta Redonda e Ponte receberam na manhã desta terça-feira (20), a visita do prefeito Léo Coutinho, que foi acompanhar o funcionamento dos programas. Acompanhado de funcionários, o prefeito visitou algumas oficinas, como dança, pintura, artesanato, cabeleireiro entre outros

Nos Centros os jovens podem participar de atividades culturais, esportivas, cidadania e sociais. São locais apropriados e que têm parcerias para cursos profissionalizantes, um meio de ajudar os jovens a promoverem o sustento com dignidade para as suas famílias.


Durante a visita o prefeito agradeceu e parabenizou os funcionários e a Secretaria envolvida nos programas. “Quero parabenizar a todos os funcionários e também a Secretaria Municipal de Assistência Social pelos excelentes trabalhos que vem sendo realizado com a comunidade que procura os projetos neste local. Estamos trabalhando para trazer mais atividades para atender a nossa população”, enfatizou o prefeito Léo Coutinho.

Cada Centro da Juventude atende uma média de 300 jovens, dos 08 aos 24 anos e funcionam nos turnos matutino, que começa da 08:00 às 11:30 horas e no vespertino das 14:00 às 17:30 horas. São oferecidas oficinas de artesanato, música, teatro, dança, grafitagem, pintura e rádio. E também oficinas profissionalizantes, que preparam os jovens para a entrada no mercado de trabalho, como as de corte costura, manicure, pedicure, maquiagem, cabeleireiro e artesanato em madeira.

Além das oficinas os jovens praticam esporte, têm aulas de reforço escolar, reforço alimentar e fazem acompanhamento psicológico constante. Para participar das oficinas oferecidas pelos centros, os jovens precisam estar matriculados e frequentando a escola.

com informações da ASCOM 
Preso novo suspeito de matar mãe e filha em Cantanhede 
A Polícia Civil adicionou mais uma linha de investigação no inquérito que apura a morte de mãe e filha, em Cantanhede, cidade localizada a 165 quilômetros da capital maranhense, na região do Itapecuru: o envolvimento de uma quarta pessoa. As duas foram encontradas mortas, dentro de casa, na noite de domingo (19), e o principal suspeito de ter cometido o crime é o pai da criança, preso no mesmo dia.
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A informação foi confirmada pelo superintendente de Polícia Civil do Interior, delegado Jair Paiva. Segundo ele, o suspeito é vizinho das vítimas e teria confessado o crime em depoimento realizado na delegacia do município. “Ele foi detido hoje, mas ainda estamos na fase de investigação. Ainda não podemos afirmar com certeza que foi ele, embora tenha confessado”, explicou.
A ponderação do delegado se deve principalmente ao estado de saúde do novo suspeito. “Ele é usuário de drogas. Então precisamos apurar com bastante cuidado para não cometermos erros”, argumentou.
O vizinho das vítimas ainda está em Cantanhede, mas o pai foi transferido para a delegacia regional de Itapecuru-Mirim. De acordo com o superintendente, em todos os depoimentos prestados à polícia, ele nega a autoria do crime.
Os corpos de Luciane Ferreira da Silva Rodrigues, de 35 anos, e sua filha, de quatro anos foram encontrados com sinais de espancamento e estrangulamento. O irmão de Luciane estranhou a ausência das duas durante o fim de semana e foi até a casa da irmã, por volta das 19h, quando encontrou os corpos.
De acordo com a Polícia Militar, João de Deus foi preso na MA-332, que liga Cantanhede ao município de Matões do Norte. Ele nega o crime mas vizinhos teriam ouvido gritos vindos de dentro da residência da família, no sábado (17), o que, segundo a polícia, reforça as suspeitas contra João de Deus.
Crimes passionais: até quando eles vão se repetir?
Mais de 13,5 milhões de brasileiras já sofreram algum tipo de agressão
Passeata em protesto contra a violência e assassinato de mulher. Crime
passional em Caxias [MA]
O homem traz na sua natureza o rastro da violência. Já nos primórdios da criação, temos o relato bíblico de um homicídio ocorrido em família: um homem chamado Caim mata o seu irmão Abel. Se refletirmos nos motivos de Caim para cometer tamanha crueldade, chegaremos à seguinte conclusão: pessoas movidas pelo egoísmo e pela inveja são capazes de fazer coisas que fogem à lógica e à compreensão.
Dessa forma, como analisar o perfil de um homem que mata, de uma maneira covarde, a ex-esposa diante dos próprios filhos? Que tipo de pensamento havia em sua mente? Apenas um: “se não vai ficar comigo, não ficará com mais ninguém”. Um sentimento egoísta que faz com que ele não aceite a felicidade daquela que, por seus motivos, não o quis mais como companheiro.
Há poucos dias, um marido totalmente descontrolado matou a jovem esposa, Sayara Campos, com várias facadas. Ela tentou escapar ao sair correndo, mas não adiantou. Foi morta no fundo do quintal da casa que dividia com o criminoso, diante dos vizinhos que ouviram os gritos desesperados da indefesa mulher, mas que nada puderam fazer para livra-la do assassino. Esse foi mais um de tantos crimes terríveis cometidos em nome de uma paixão insana que alguns insistem em chamar de amor. Segundo relatos, eles moravam juntos e brigavam muito.
Vingança, traição, separação, não importam os motivos. Nada justifica tanta maldade materializada nesses atos criminosos. Toda semana acompanhamos nos jornais pelo menos um caso de crime passional. A pergunta é: até quando isso vai continuar? Infelizmente, muitas mulheres se submetem a um homem agressivo por dependência econômica ou emocional. Apanham, são humilhadas e não reagem. Algumas suportam pelos filhos, outras porque têm a esperança de que o companheiro mude e há aquelas que sentem medo de buscar ajuda e, por isso, sofrem caladas.
Nenhuma mulher deve se calar quando sua vida está correndo risco. Uma pesquisa do DataSenado sobre violência contra a mulher constatou que 99% das brasileiras já ouviram falar da Lei Maria da Penha, que é um dispositivo legal que visa aumentar o rigor das punições em caso de agressões contra as mulheres quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. E esse número inclui todas as classes sociais. Apesar disso, mais de 13,5 milhões de mulheres já sofreram algum tipo de agressão. Dessas, 31% ainda convivem com o agressor e 14% continuam sofrendo agressões. Em termos de Brasil, estima-se que 700 mil ainda sejam alvo de agressões, de acordo com a mesma pesquisa. Isso é estarrecedor. C
Que Deus abençoe e proteja todas as mulheres.
Políticos apostam em derrota de Sarney no Amapá e Maranhão  
Por Vasconcelo Quadros – iG São Paulo
Políticos do Maranhão, Amapá e dirigentes nacionais do PSB e PSDB apostam nas eleições de outubro para interromper o ciclo de influência do senador José Sarney (PMDB-AP), a mais felpuda e longeva raposa do Brasil republicano, com seis décadas na vida pública e meio século de parceria com quase todos os governos (a exceção foi o breve período de Fernando Collor) instalados depois do golpe de 1964.
Senador, que tem seis décadas na vida pública e meio século de parceria com todos os governos, deve se candidatar de novo, porém seu grupo enfrenta dificuldades nos dois Estados.
Senador, que tem seis décadas na vida pública e meio século de parceria com todos os governos, deve se candidatar de novo, porém seu grupo enfrenta dificuldades nos dois Estados.
É nos Estados onde Sarney erigiu um grupo político e um império econômico de raras proporções que moram seus principais adversários. Flávio Dino (PC do B), no Maranhão, e Dora Nascimento (PT), vice-governadora do Amapá, fazem parte de uma movimentação que une adversários de peso na tentativa de desgastar a imagem de Sarney para tirá-lo do cenário político.
“Será um prazer ajudar a colocar o senador Sarney num pijama”, diz o senador João Alberto Capiberibe (PSB-AP), o Capi, que assume a contenda como se dela dependesse o aperfeiçoamento do processo democrático. “Será o encerramento de um projeto político clientelista e patrimonialista que não cabe mais no Brasil. Sarney é o atraso”, cutuca.
Entre os adversários do governo, a intenção de jogar luzes sobre Sarney durante a campanha é uma estratégia eleitoral. Os presidenciáveis Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Eduardo Campos (PSB-PE), por exemplo, há poucos dias pediram aos eleitores a chance de colocar o PMDB e Sarney na oposição.
Capi, que já foi governador do Amapá, atribui a influência do ex-presidente à cassação de seu mandado, e da mulher, Janete, em 2006, eleitos à época, respectivamente, para o Senado e Câmara. “Fomos acusados de comprar dois votos por R$ 26,00, pagos em duas prestações. Nossa cassação teve influência direta do Sarney”, lembra Capi.
No Amapá, Capi orientou seu grupo, representado pelo governador Camilo Capiberibe, seu filho, a dar apoio incondicional à candidatura de Dora Nascimento para a única vaga em disputa para o Senado. Dora voltou do encontro nacional do PT, em São Paulo, há duas semanas, animada por não ter recebido um veto explícito do presidente do partido, Rui Falcão, e mandou seus assessores tocar a campanha.
“Ela tem todas as condições para vencer e só não será nossa candidata ao Senado se o PT não quiser”, avisa Capi. O problema de Dora leva o nome de Luiz Inácio Lula da Silva, o “comandante geral” da campanha petista que, ao priorizar a reeleição de Dilma – ninguém duvida – passará como um trator por cima das questões regionais.
Dora ouviu de Falcão que o comando nacional quer o apoio do PT do Amapá a Sarney. Mas como é ainda pré-campanha e para evitar a antecipação de uma crise anunciada, Falcão não deu ao desejo tom de imposição. Crítico do fisiologismo do PMDB governista, do qual Sarney é um dos principais representantes, o presidente petista está deixando a corda esticar.
Ciente das dificuldades apontadas pelas pesquisas, Sarney fez na semana passada uma parada obrigatória em Macapá, a capital do estado por ele criado quando foi presidente da República e para onde raramente vai, embora há 24 anos o Amapá venha lhe cedendo a cadeira do Senado que o mantém no centro do poder.
Sarney ainda não assumiu a candidatura, mas envolveu-se em intensa costura de bastidores para tentar reverter o favoritismo do candidato do DEM, Davi Alcolumbre, e brecar o crescimento de Dora, que aparece em quarto lugar. Com o ex-senador Gilvam Borges (PMDB), o terceiro nas pesquisas, seu fiel escudeiro, Sarney nem se preocupa. Confia na hipótese de que ele abriria mão da disputa a seu favor.
Nas contas do PSB, os indicativos políticos conspiram contra Sarney. Se insistir na candidatura, embora seja o responsável pela indicação de todos os ocupantes de cargos federais no estado, ele terá a máquina estadual totalmente contra. Caso Dora seja obrigada a retirar a candidatura, o PT local dificilmente apoiaria Sarney porque ela se manteria na disputa pela reeleição a vice-governadora.
“Em 2006, o Sarney teve o apoio do governo, de 23 dos 24 deputados estaduais, de todos os deputados federais, de 132 dos 140 prefeitos e de todos os vereadores. Ainda assim, teve de despejar R$ 20 milhões no estado. O cenário agora é oposto: o Amapá quer se livrar de Sarney e, aos 84 anos ele sabe dos riscos que enfrentaria”, diz Capi, para quem o fim do mais longo ciclo de hegemonia na história da República pode se dar por uma simples desistência de Sarney.
Cacoete
Procurado pelo iG por meio de sua assessoria de imprensa, Sarney informou apenas que está avaliando o cenário. Dentro de 30 dias deve anunciar sua decisão. Os sinais de que pretende disputar apareceram no gesto de um pupilo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que abriu mão da relatoria da PEC 111 (que incorpora aos quadros da União servidores demitidos dos antigos territórios do Amapá e Roraima), para que Sarney assumisse a paternidade da medida e, assim, possa fazer média com os cerca de 6 mil servidores que podem ser beneficiados.
Quem conhece Sarney acha que o instinto de sobrevivência o empurrará para a disputa, já quem sem um mandato, com seu grupo se esfacelando no Maranhão e problemas acumulados pela família na Justiça, ficaria desconfortável como opositor. Há 50 anos na “janela” do poder, Sarney adquiriu cacoetes de cacique por exercer com raro apetite o controle das máquinas: é o responsável direto ou indireto pelos principais cargos de cinco ministérios (Minas e Energia, Previdência, Agricultura, Aviação Civil e Turismo), indicou mais de 30 cargos federais no Amapá e no Maranhão, e domina a Esplanada, em Brasília, com dezenas de apaniguados em postos-chave. Minas e Energia ele controla de “porteira fechada”.
“O Sarney nem sabe o que é ser de oposição”, alfineta o ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares, ex-aliado e hoje desafeto instalado no PSB. O poder de Sarney é tão visível que, em 2011, o Palácio do Planalto rendeu-se a seu veto a indicação do delegado Roberto Troncon para a direção da Polícia Federal. Hoje superintendente da PF em São Paulo, Troncon era responsável pela direção executiva do DPF, órgão que havia cacifado as investigações que encontraram pegadas de Fernando Sarney, o filho empresário do senador, em irregularidades nas obras da Ferrovia Norte-Sul no Maranhão.
É impossível dimensionar o império econômico da família Sarney porque ele se fraciona em dezenas de integrantes. O senador declarou à Justiça Eleitoral em 2006, ser dono de bens e valores que totalizam R$ 4.263.263,45, cifra modesta de uma contabilidade em que nem consta a mansão onde ele mora, no Lago Sul de Brasília, avaliada, por baixo, em R$ 4 milhões.
No Maranhão, sede do Grupo Mirante, que inclui a afiliada da TV Globo, repetidoras, emissora de rádio e jornais, os bens da família chegam à casa dos bilhões, resultado de uma vida inteira dedicada aos negócios impulsionados pela influência política do chefe do clã. “O grupo político de Sarney acaba em 2014”, avalia José Reinaldo, empenhadíssimo na derrocada do clã.
Sem candidato
Lá, o ex-secretário de Infraestrutura, Luiz Fernando, que estava havia um ano e meio em campanha e representaria o grupo, foi afastado da disputa pela governadora Roseana Sarney para abrir espaço para Edison Lobão Filho, o Edinho, filho do ministro das Minas e Energia, o senador Edson Lobão Filho. Edinho nunca disputou uma eleição e só se tornou senador na vaga do pai, gentilmente aberta pelo governo.
José Reinaldo acha que sem um candidato a cargo executivo e diante do amplo favoritismo de Flávio Dino, o governo no Maranhão começa a escapar das mãos do grupo, abrindo caminho para encerramento do ciclo de hegemonia do cacique que acumulou mandatos de deputado, governador, presidente da República e senador. Com 36 anos de parlamento, é o mais antigo congressista da história.
“Quem começa a ocupar o espaço é o Lobão. A família Sarney não terá candidato no Maranhão. Estamos assistindo um desmoronamento de um império por dentro”, diz José Reinaldo, para quem as chances de as oposições – todas elas contra Sarney – triunfarem no Maranhão são matemáticas. Segundo as pesquisas, Dino, que tem o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos na coligação, conta com mais de 50% de vantagem sobre Edinho Lobão e os demais.
A possível eleição de um candidato comunista no Maranhão tem também o sabor de uma vingança histórica: Dino pertence ao mesmo partido dos militantes massacrados na Guerrilha do Araguaia na década de 1970, conflito ocorrido na confluência do Maranhão com o Pará e Tocantins iniciado numa época em que Sarney representava na região, como cacique da Arena e, depois, do PDS, um dos principais aliados do regime militar.
“Acho cedo para se falar em encerramento do ciclo. Não é a primeira vez que Sarney enfrenta uma eleição difícil. Em 2006, com a vitória de Jackson Lago (PDT), falaram a mesma coisa e ele ressurgiu forte, com o apoio do Lula”, lembra o professor de história política da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Wagner Cabral. “A verdade é que o Sarney nunca teve uma eleição fácil. E não tenho dúvidas de que Dilma e Lula subirão no palanque de Edinho para apoiar Sarney”, afirma.
Desgaste no clã
Segundo Cabral, a oposição ganhou musculatura porque a imagem da governadora Roseana Sarney se desgastou em função de promessas de campanha não cumpridas – como a instalação de uma refinaria da Petrobras no município de Bacabeira – e a repercussão da mortandade no Presídio de Pedrinhas, no final do ano passado. A crise penitenciária, segundo ele, escancarou a ausência de política de segurança pública e expôs os péssimos números do governo maranhense na área social.
O desgaste, juntado com problemas de saúde, teriam levado a governadora a desistir de disputar o Senado, abrindo mão inclusive de indicar um candidato do grupo ao governo. Assim, abriu espaço para o crescimento de outros caciques peemedebistas, como Lobão e o senador João Alberto Souza.
Um dos dados que reforça a parceria de Lula com Sarney, mas ao mesmo tempo revela a tragédia social do Maranhão, estado com Índice de Desenvolvimento Humano entre os mais baixos do país, está no programa Bolsa Família: 54% da população recebem o benefício. “Esse é o grande libelo acusatório contra Sarney”, diz o ex-governador José Reinaldo Tavares.
As controvérsias ficam por conta dos números eleitorais. Em 2010, um sexto dos 12 milhões de votos que garantiram a vitória de Dilma no segundo turno saíram do Maranhão graças, em boa parte, a influência de Sarney, que converteu em votos os benefícios do Bolsa Família.
Os problemas colocaram Sarney num labirinto cujo caminho, mais uma vez, só poderá ser iluminado pela interferência de Lula, que já deu seu veredito no Maranhão. O presidente do PT, Raimundo Monteiro anunciou oficialmente o apoio a Edinho Lobão, mas a maior parte do partido, algo em torno de 70%, se rebelou e, ainda discretamente, está ao lado de Flávio Dino. “No Amapá o Lula tentará fazer a mesma coisa. Eu até torço para que o Sarney saia candidato ao Senado. Será melhor derrotá-lo nas urnas”, diz o senador João Capiberibe.
O único nome da família Sarney que certamente disputará as eleições em 2014 é o deputado José Sarney Filho, o Zequinha, que sempre se manteve longe do PMDB governista e é dirigente nacional do PV. É o filho “rebelde”, que representa a ala verde, sempre em choque com os interesses do agronegócio defendido pelo pai.