Cresce o assédio de candidatos aos fiéis
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Com as campanhas eleitorais nas ruas, os templos religiosos são ‘alvos’ dos candidatos para angariar votos. Apesar da prática ser comum, ela é ilegal. De acordo com lei estabelecida pela Procuradoria Eleitoral, as igrejas, mesmo sendo entidades privadas, são tratadas pela Justiça Eleitoral como ‘centros comerciais’, onde são proibidas propaganda eleitoral.
“Nossa principal preocupação é que existe uma vedação em relação à propaganda eleitoral em recintos públicos, são recintos em que as pessoas buscam por diversos motivos, como por exemplo: centros comerciais, imagino que a igreja, embora seja um ente privado, as pessoas ali buscam para outras motivações que não são eleitorais. Então me causa preocupação é o uso de algumas autoridades eclesiásticas que venham a aderir ou tratar desse assunto (propaganda eleitoral) para o ambiente no qual não existe uma autorização expressa para esse fim”, alerta um membro da Procuradoria Eleitoral.
O evangélico Carlos Henrique Rodrigues, membro da Igreja Assembléia de Deus e disputou o cargo de vereador nas eleições de 2012 pelo PSDB, revelou que no processo de campanhas eleitorais aumenta o “assédio de políticos aos fiéis”.
“São três realidades simultâneas: primeiro cada eleição aumenta o número de candidatos evangélicos; segundo também aumenta muito a procura às igrejas, os candidatos procuram os pastores e quanto maior a igreja, maior é a procura; terceiro é que alguns candidatos se fazem de religiosos, mas quando acaba a eleição finge que Deus não existe. Então existe essas três contradições”, contou o evangélico.
Ele afirmou que a recomendação da CEADEMA [Convenção Estadual das Assembléia de Deus - Maranhão] aos pastores é que não utilizem os templos para pedir votos a candidatos. “Tanto existe o político sem ética, como pode haver o pastor sem ética. A gente pede aos irmãos para não vender o voto e nem troque por tijolo, telha ou emprego público, que tenha uma postura ética possibilitando assim gerar uma consciência tranquila”, disse Carlos Henrique.
A Procuradoria Eleitoral destaca que o Ministério Público fiscalizará esses locais. “A igreja como centro comercial tem um acesso público de maneira difuso, portanto, a propaganda política eleitoral é proibida nesse tipo de ambiente, então caso se identifique o uso direcionado para essa finalidade o MP fará a avaliação e eventualmente poderá tomar as medidas que achar pertinentes”. asseverou o membro da Procuradoria.