Aécio Neves é recepcionado na volta ao Senado e diz que pais - despertou
do G1
|
Aécio Neves é recebido com festa na volta ao Senado |
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou ao Congresso Nacional nesta terça-feira (4) depois da campanha eleitoral na qual foi na qual foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff [PT] reeleita na disputa em segundo turno.
Um grupo de simpatizantes aguardava a chegada do senador ao Congresso Nacional. Aécio chegou pouco antes das 15h20.
Diferentemente dos demais parlamentares, que costumam descer do carro
já na entrada do prédio principal, o senador saiu do veículo na rampa do
Congresso e, acompanhado por homens da Polícia Legislativa, fez uma
caminhada entre os simpatizantes que o aguardavam e o receberam aos
gritos de "Aécio, Aécio".
"Eu não podia esperar uma recepção tão forte, tão marcante”, disse o
senador após passar pelos simpatizantes e chegar ao Salão Azul do
Senado. “O Brasil despertou. O Brasil hoje é diferente do Brasil antes
das eleições. Emergiu um Brasil que quer ser protagonista do seu próprio
futuro”, declarou.
Na semana passada, quando os parlamentares voltaram a trabalhar, o
candidato a vice-presidente de Aécio, também senador Aloysio Nunes
(PSDB-SP), rejeitou a oferta de diálogo da presidente Dilma Rousseff e
fez duras críticas à campanha do PT. Nunes é o líder do PSDB no Senado e
atua na linha de frente da oposição na Casa.
Em rápida conversa com jornalistas, Aécio disse rechaçar toda ameaça à
democracia. Desde que foi derrotado por Dilma Rousseff, no último dia
26, foram registradas, tanto em redes sociais quanto em atos públicos
que pediam o impeachment da presidente, manifestações pela volta dos
militares ao poder.
“Eu respeito a democracia permanentemente e qualquer utilização dessas
manifestações no sentido de qualquer tipo de retrocesso à democracia
terá a nossa mais veemente oposição. Eu fui o candidato das liberdades,
da democracia, do respeito. Aqueles que agem de forma autoritária e
truculenta estão no outro campo político, não estão no nosso campo
político”, declarou.
O senador prometeu fazer uma “oposição sem adjetivos” e disse que, se o
governo quiser “dialogar” deverá “apresentar propostas que interessem
aos brasileiros". Afirmou que cobrará eficiência na gestão pública,
transparência nos gastos e investigação de denúncias de corrupção.
Aécio destacou que mais de 50 milhões de eleitores optaram pela
“mudança”. Segundo apuração do Tribunal Superior Eleitoral, o tucano
recebeu 51.041.155 votos.
“Quando o governo olhar para a oposição, eu sugiro que não contabilize
mais o número de cadeiras no Senado ou na Câmara. Olhe bem que vai
encontrar mais de 50 milhões de brasileiros que vão estar vigilantes
cobrando atitudes desse governo, cobrando investigações em relação às
denúncias de corrupção, cobrando melhoria dos nossos indicadores
econômicos, indicadores sociais. Somos hoje um grande exército a favor
do Brasil e prontos para fazer a oposição”, declarou.
Auditoria nas eleições
Aécio Neves também comentou a iniciativa da coordenação jurídica de sua
campanha de pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma auditoria no resultado da eleição presidencial. Para ele, todos os partidos têm o direito de obter informações sobre o modelo de contagem dos votos.
“Foi uma decisão da nossa coordenação e eu respeito, até porque é um
direito de qualquer parte envolvida no processo eleitoral de conhecer o
processo de apuração. Mas eu sou um democrata, fui o primeiro a ligar
para a presidente da República cumprimentando pela sua eleição e desejar
que ela pudesse ainda ter força para unir o Brasil. Esse Brasil que
durante a campanha eleitoral ela tentou dividir de forma indevida”,
afirmou.
O tucano disse ainda que retorna feliz à “trincheira da oposição”, por
acreditar que fez uma “campanha honrada”. Segundo ele, o PT fez
“terrorismo” ao dizer que o PSDB, se eleito, acabaria com programas
sociais.
“Tem gente que ganha perdendo e gente que perde ganhando. Eu fiz a
campanha da honradez, em prol de um Brasil melhor, não só para meu
partido e meus aliados, mas para todos os brasileiros. Infelizmente o
governo utilizou além do limite do aceitável a máquina pública, fez um
terrorismo absurdo para os beneficiários dos programas sociais, sem se
preocupar com o que isso representava para eles próprios”, criticou.