Brasil avança no diagnostico do câncer de mama
Desde a década de 90, o mês de outubro tem sido dedicado ao trabalho
de conscientização sobre o câncer de mama, tipo mais letal entre as
mulheres e que afeta, por ano, mais de 57 mil brasileiras. Este ano, a
campanha do Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer José
Alencar Gomes da Silva (INCA), “Câncer de mama: vamos falar sobre
isso?”, tem como objetivo desconstruir os mitos associados à doença.
Entre os alertas, a importância da detecção precoce, a partir da
orientação do médico e da realização da mamografia.
Nos últimos
anos, o acesso a exames no Sistema Único de Saúde, assim como tratamento
da doença tem sido ampliado gradativamente. De janeiro a junho de 2015
foram realizados 1,8 milhão de mamografias no país, 31% a mais que no
mesmo período de 2010 (1,4 milhão de exames). O crescimento é ainda
maior, de 51%, quando comparados os exames realizados entre mulheres de
50 a 69 anos (faixa etária prioritária) nos primeiros semestres de 2010
(724.409) com 2015 (1.092.577).
As Regiões Norte e Nordeste foram
as que mais registraram crescimento, quando comparado o primeiro
semestre deste ano com o mesmo período dos últimos cinco anos. Na Região
Norte o aumento foi de mais de 100%, tanto no geral quanto na faixa
prioritária, passando de 29.114 para 63.745, no geral, e de 14.376 para
33.963, na faixa prioritária. No Nordeste, o principal aumento foi na
faixa prioritária, ampliando em cinco vezes o número de mamografias
realizadas, passando de 124 mil para 629.517. No geral, o número de
exames saltou de 261.341 para 401.421.
Na comparação com anos
fechados, o total de mamografias realizadas na faixa etária prioritária
aumentou 61,9% entre 2010 (1.547.411) e 2014 (2.506.339). Já em números
totais desses exames, o aumento foi de 41,8% entre 2010 (3.035.421) e
2014 (4.304.619).
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante a oferta
gratuita de exame de mamografia para as mulheres brasileiras em todas as
faixas etárias. A faixa dos 50 aos 69 anos é definida como público
prioritário para a realização do exame preventivo pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) e seguida pelo Ministério da Saúde baseado em
estudos que comprovam maior incidência da doença e maior eficiência do
exame.
O rastreamento é uma estratégia de detecção precoce
utilizada em políticas públicas para populações-alvo específicas a fim
de reduzir a mortalidade por uma determinada doença. Essas diretrizes
visam aprimorar a política de atenção ao câncer, garantindo também que
todas as mulheres, independentemente da idade, com pedido médico, façam o
exame. Desta forma, o Ministério da Saúde tem garantido investimento
crescente na assistência oncológica, com ampliação de 45% dos recursos
nos últimos quatro anos, totalizando R$ 3,3 bilhões em 2014.
Mobilização
Neste
Outubro Rosa, a campanha vai enfatizar para as mulheres que buscar
informações confiáveis constituem importante estratégia para a detecção
precoce e o controle do câncer de mama. Há consenso científico
atualmente sobre a influência de fatores comportamentais no
desenvolvimento de diversas doenças, inclusive o câncer de mama. Manter
uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente e
evitar o consumo de bebidas alcoólicas podem contribuir para a redução
do risco de desenvolver câncer de mama.
O movimento popular
Outubro Rosa é internacional. Em qualquer lugar do mundo, a iluminação
rosa é compreendida como a união dos povos pela saúde feminina. Em
Brasília, o prédio Central do Ministério da Saúde, o Congresso Nacional e
outros monumentos públicos estão iluminados com luzes cor-de-rosa. O
movimento também está presente em várias partes do país.