OAB cobra rigor na punição do racismo nas redes sociais
Agencia Brasil
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer rigor na apuração e
identificação de autores de racismo nas redes sociais. Em nota, o
presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, diz que o
racismo não deve ser tolerado e que é preciso punições alternativas ao
simples encarceramento, que possam educar a população.
No último
sábado (31), a atriz Taís Araújo foi alvo de mensagens racistas nas
redes sociais. A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de
nota, informou nesta segunda-feira (2) que a Delegacia de Repressão aos Crimes de
Informática (DRCI) vai instaurar inquérito para apurar o crime. A atriz
será ouvida e os autores identificados serão intimados a depor. O
racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e
pagamento de multa.
“Devemos combater o racismo para que possamos
edificar uma nação livre, plural, democrática e verdadeiramente
igualitária. Este crime deve causar indignação sempre, não apenas quando
grandes ícones fossem alvos, mas pessoas simples de todo o país”,
ressaltou o presidente da OAB.
“Este é um crime que reflete o
pensamento autoritário que ainda povoa certos setores da sociedade
brasileira, incapazes de aceitar e compreender o outro em sua
integralidade e de respeitar a diversidade do ser humano”, acrescentou
Marcus Vinicius.
Nesta terça-feira (3), em cerimônia na Universidade
Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, a OAB prestará uma homenagem a
Luiz Gama (1830-1882), negro liberto que se tornou libertador de negros,
e foi responsável por alforriar, pela via judicial, mais de 500
escravos.