Por toda a cidade, principalmente nos bairros, partidas de futebol, dentre outras festividades e reuniões, mantiveram a tradição festiva, antecedendo as confraternizações regadas a música, bebidas e muita comida. Duas ações da Prefeitura marcaram também a data, com o objetivo de melhorar o padrão de vida da comunidade. O prefeito Fábio Gentil (PRB) entregou mais duas obras da sua gestão no perímetro urbano de Caxias. No bairro Cangalheiro, a comunidade passou a contar com a Praça da Esperança, mais uma opção de lazer e mudança no aspecto cênico da localidade, e também no bairro Residencial Vila Paraíso, favorecido com uma bela e moderna escola com 10 salas de aula climatizadas, dois laboratórios, banheiros adaptados, refeitório, e mais auditório para acomodar 100 pessoas e sala de atendimento educacional especializado.
Construído em padronagem estabelecida pelo Ministério da Educação, o complexo educacional, todo arborizado e denominado “Prefeito Ezíquio Barros Filho”, fruto de projeto de lei de autoria do vereador Catulé (PRB), começou a por fim a uma das demandas mais reclamadas pela população da área, que era a falta de uma escola pública de qualidade. Graças a essa iniciativa, cerca de 600 crianças e jovens, que antes frequentavam outras unidades da Rede Municipal de Ensino, fora do bairro, enfrentando deslocamento de ônibus com dificuldade, agora tem a opção de assistir aulas perto de casa.
Com as duas obras, FG marca mais um tento no jogo que estabeleceu para gravar o seu nome na história político-administrativa de Caxias. Se com a nova praça do Cangalheiro o alcaide levou modernidade a uma comunidade antiga e tradicional, mas carente de investimentos públicos que a valorizassem, na Vila Paraíso ele deu nova dinâmica na direção de solucionar um problema que frequenta hoje o cotidiano das famílias, que é estar mais presentes na vida dos filhos e com isso participar mais do processo de educação. Com os pais convivendo mais dentro da escola, obviamente respeitando as regras estabelecidas pelos gestores, a presença, decerto, resultará em um aprendizado com mais qualidade. Contudo, a Vila Paraíso ainda se ressente da falta de creches, unidades escolares básicas importantes para os pais que trabalham fora do bairro e não tem com quem deixar os filhos, além de outros investimentos que não foram previstos no projeto do governo federal, quando de sua execução. No que tange às creches, pelo menos duas o prefeito se comprometeu a fazer na área, no decorrer da atual gestão.
O prefeito Cabeludo, a despeito das muitas dificuldades vivenciadas pelas prefeituras de todo o país, que cresceram principalmente com a mudança operada na administração federal de segurar investimentos nos estados e municípios, e já se vão quatro meses nisso, mantém de pé suas promessas de campanha, mas incursiona também pelo prosseguimento de realizações iniciadas em gestões anteriores, a exemplo da construção de escolas na cidade e zona rural, além de creches, que dão mais segurança e conforto às famílias caxienses. Com o pagamento do funcionalismo em dia, fixado sempre à altura do dia 20 de cada mês, sua gestão, pelo menos, vem demonstrando que prefere encarar com otimismo as dificuldades que tem pela frente. Assim, não deixa de ter participação decisiva no que tange a aliviar os efeitos da crise em Caxias. Ele anunciou para breve a inauguração de um restaurante popular na cidade e garantiu que tudo fará para assegurar mais empregos à nossa população. Contudo, a prefeitura não pode dar emprego para todo mundo. Há muito desemprego no município, mas a massa trabalhadora parece encarar a vida com confiança, e na informalidade prestam serviços como vendedores ambulantes, estendem o trabalhos das feiras por toda a cidade ou assumem a pilotagem de suas motos, fazendo corridas como mototáxis.
Resgate
Acertada também a escolha do nome do ex-prefeito Ezíquio Barros Filho, caxiense de família tradicional, falecido ano passado, aos 84 anos, para emoldurar a escola da Vila Paraíso. Autor da matéria, o vereador Catulé, o mais antigo membro do parlamento caxiense em atividade (está na casa desde 1988), manteve o espírito altaneiro de prestigiar seus colegas de parlamento, como foi o caso do Dr. Ezíquio Barros Filho, médico humanitário, cirurgião com larga folha de serviços prestados a Caxias e ao Maranhão, com o qual participou de muitos debates na condição de amigo e de colega na bancada de vereadores da Câmara Municipal.
A escolha do seu nome para a unidade escolar resgata o reconhecimento a um caxiense cuja vida foi marcada pela defesa dos ideais socialistas, levantando bandeira, principalmente, contra a desigualdade social. Eleito vereador em 1983, Dr. Ezíquio chegou à Presidência da Casa (1987/1988) e, em 1992, é eleito vice-prefeito de Caxias, coroando sua carreira com o cargo de prefeito, na eleição de 1996. Sua gestão, interrompida meses antes da conclusão do mandato, foi perturbada pela presença de falsos amigos, que o levaram a enfrentar muitos processos judiciais depois que deixou a política, daí a relevância de seu nome ser imortalizado numa escola pública, devolvendo-se a estatura e o devido respeito a quem muito contribuiu para o bem-estar dos caxienses.
Temperatura baixou
Por outro lado, esfriou bastante a temperatura política envolvendo a próxima eleição municipal, cujo mote, sem dúvida, é a eventual reeleição do prefeito Fábio Gentil. Alçada à posição de destaque nas tratativas para composição da futura chapa situacionista, a família Coutinho parece que cedeu, por enquanto, às considerações de seus membros e correligionários contrários em fazer parte do pacote de adesões ao lado de Cabeludo. O prefeito, é claro, sonha com a possibilidade de trazer o máximo de militantes dos Coutinhos para o seu nicho, pois isso representaria uma campanha mais confortável e sem maiores dificuldades, coisa que uma conversa, aqui e acolá, não possa vir a ser feita para demover resistências. O problema, ao que parece, é o tipo de liderança que FG exerce, que é vista com muita reserva pelos Coutinho, acostumados por anos com uma liderança bem mais pragmática e agregadora, uma mão estendida a quem se aproximasse, mas com força e peso suficientes para acomodar e controlar mesmo os mais obcecados e birrentos defensores do grupo. A verdade é que vai demorar muito a cura da ressaca do poder, por a cabeça no lugar, vislumbrarem com cuidado as opções para seguirem firmes na nova realidade política. Não há outro recurso a ser explorado, pois quem provou da vivência política e ainda se sente apto a pratica-la, sempre encontrará uma forma de voltar ao poder.
A decisão, boa para uns, e ruim para outros, já faz suscitar no meio político o surgimento de opções para confrontar Fábio Gentil, como é o caso de manifestação recente do diretório estadual do PSL, em São Luís, enxergando oportunismo em lançar um candidato forte apoiado pelo partido do presidente Bolsonaro no município. Não houve ainda a declinação de nomes, mas a turma pensa que o poder central tem cacife e recursos para ganhar a eleição de Caxias, muito embora tenham esbarrado em fragorosa derrota no último pleito eleitoral.
Em resposta a essas especulações, a aliança vitoriosa da eleição municipal mantem-se firme e unida, como ficou demonstrado através da participação de todas as suas lideranças nas últimas inaugurações.
Mortes na UPA
A corroborar o posicionamento do grupo Coutinho, e com a perspectiva de mostrar serviço em sua atividade parlamentar, elevando a temperatura do ânimo dos mais intransigentes, a vereadora Thaís Coutinho (PSB), líder da bancada da oposição na Câmara, usou as redes sociais para denunciar a suposta morte de cinco pessoas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Caxias, sediada no bairro Pirajá. TC anunciou que pedirá uma investigação do Legislativo para levantar a possibilidade de ter havido negligência por parte do pessoal que trabalha na unidade de saúde, dando a entender que as mortes teriam ocorrido devido a desleixo na correção de uma falha no sistema de energia elétrica da UPA.
Na sessão de segunda-feira, 29, o vereador Jerônimo Ferreira fez explanação sobre projeto de lei que criou a nova Secretaria Municipal de Segurança Pública, e o presidente Catulé usou espaço para agradecer as manifestações de pesar pela morte de sua sua esposa e de sua mãe. E como nenhum membro da oposição compareceu ao plenário, não houve debate sobre a denúncia contra a UPA, como era aguardado pelos frequentadores contumazes dos trabalhos parlamentares. Mas, da parte de seus funcionários, houve reação imediata, incisiva e dura, desmentindo as mortes divulgadas pela vereadora. Inconcluso, o caso deve voltar à baila na próxima sessão ordinária, dia 6. A vereadora tem razão? Ou a verdade está com os servidores da UPA? O estado de beligerância segue, portanto, em aberto, entre oposição e governo, e mantém ao largo os que torcem por uma união política sem adversários em Caxias.