A quaresma chegou e deixou para trás o Carnaval de 2020, que em Caxias, pela quantidade de eventos que produziu, a grande maioria financiados pela Prefeitura Municipal, com certeza já entrou para o livro dos recordes do município, em termos de festividades por toda a cidade e nos povoados da zona rural. E, melhor: há muito tempo não se assistiu e participou de uma festa tão animada e segura como foi o período momesco caxiense deste ano; há muito tempo não se via tanta gente brincando animadamente na cidade, em seus diversos circuitos de folia.
No corredor da avenida Alexandre Costa, situada no Morro do Alecrim, ponto central dos eventos diários que concentraram maior número de pessoas, pelo menos, de 30 a 40 mil brincantes compareceram diariamente nos cinco dias da folia, para se deleitarem ao som das renomadas bandas contratadas para moverem e garantirem o sucesso do evento. No sábado, no já consagrado Cantafolia da praça Vespasiano Ramos, outra apoteose de alegria, assim como no circuito da praça Gonçalves Dias, no domingo de carnaval; no Largo de São Sebastião, na segunda-feira gorda, onde o Bloco das Bonecas concentrou mais de 20 mil foliões, e também no centro histórico, onde o bloco Gentil Folia, partindo do bairro Seriema, arrastou cerca de 30 mil foliões.
O Balneário Veneza também foi muito procurado e correspondeu no decorrer da festa, bem como o Bar do Ibinha, um novo sítio que se firma para os lados do Olho d’Água, no perímetro central da Princesa do Sertão. O comércio, de um modo geral, assim como os vendedores ambulantes, não tiveram do que reclamar.
Os visitantes que para cá acorreram, inclusive velhos amigos confrades radicados em outros centros urbanos do país, voltaram para casa com seus corações banzeados numa nostalgia revigorante, agora talvez até mais ansiosos a retornarem com a maior brevidade possível a outros eventos do calendário festivo da terra natal.
Certamente saíram daqui com a concepção formada de que algumas coisas ainda estão fora de ordem na Princesa do Sertão, e a lamentarem, por exemplo, o estado de ruína em que se encontram atualmente as sedes de três velhos grandes palcos dos carnavais do passado, os clubes sociais Cassino Caxiense, Associação Recreativa Alecrim e União Artística Operária Caxiense. Contudo, é inegável dizer-se que um novo espírito de autoestima voltou a mostrar força em Caxias.
Texto extraído da coluna do jornalista Silvio Cunha (Portal Noca)