Ideia de blindar Bolsonaro com mandato de "senador vitalício" já nasceu morta
Jair Bolsonaro não será blindado com mandato de "senador
vitalício"
O projeto “genial” de aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de criar um mandato de “senador vitalício” com o objetivo de blinda-lo com imunidade parlamentar, livrando-o de responder a processos e até mesmo ir parar na cadeia, caso não consiga se reeleger, não é nada original e, pelos antecedentes, já nasceu morta.
A ideia foi ventilada quando José Sarney (MDB) ainda era presidente da República e se encontrava numa situação complicada. José Sarney, que na época já havia sido senador duas vezes pelo voto direto, percebeu logo que a iniciativa era barca furada”, e não tendo a legenda do MDB maranhense para disputar a senatória ao sair da presidência da República, se mandou para o Amapá, estado por ele criado e então governado pelo seu amigo e assessor Jorge Nova da Costa, por onde foi eleito para o Senado em 1990, e por onde se reelegeu duas vezes.
A ideia voltou a circular no Congresso Nacional no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Aliados seus chegaram a redigir projeto de lei nesse sentido, justificando a criação do “senador vitalício” com o argumento segundo o qual ex-presidentes investidos nessa função dariam, pela sua experiência, rica contribuição ao debate dos grandes temas no Senado da República. A reação foi tão dura que o projeto nem chegou a tramitar na Casa.
A premiação de ex-presidentes com mandato de “senador vitalício”, sem direito voto, foi ainda ventilada em relação aos ex-presidentes Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). E sempre que veio à tona em momentos de crise, e todas as vezes considerou que beneficiaria todos os ex-presidentes: José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Está mais do que claro que Jair Bolsonaro não será blindado por esse caminho.
Coluna Repórter Tempo