Policiais são os maiores agressores de jornalistas, diz Fenaj
Agência Brasil
"A maioria (das agressões) partiu de agentes policiais, principalmente das polícias militares".
O documento
destaca ainda, em 2014, a morte de três profissionais, entre eles, o
repórter cinematográfico da TV Band, Santiago Ilídio Andrade, vítima de
rojão disparado por manifestantes em protesto no Rio. Embora em
percentual menor do que a violência policial, ataques a jornalistas por
pessoas em manifestações chegaram a 16 casos e preocupam.
“A
maioria (das agressões) partiu de agentes policiais, principalmente das
polícias militares, em boa parte, da polícia paulista, onde teve
excesso”, diz o presidente da Fenaj, Celso Schröder. “Em segundo lugar,
estão os manifestantes, com 12,4% (das agressões) e políticos, também
com 12,4%”, completa. No mundo, Schröder explicou que jornalistas mortos
ou vítimas de violência atuam na área de polícia ou na cobertura de
conflitos de guerra.
Em comum, as agressões por policiais ou
manifestantes ocorreram em protestos, com 50,39% dos casos, sendo a
maioria no Sudeste. Em geral, as vítimas trabalhavam em veículos
impressos, eram repórteres fotográficos ou cinematográficos, diz o
presidente da Fenaj, alertando para a consolidação de uma tendência que
começou nas manifestações de 2013.
Para enfrentar esse perigo, a
Fenaj cobra que os crimes sejam tratados em esfera federal e que seja
criado um Observatório Nacional da Violência. A expectativa é que o
órgão seja criado este ano, pela Secretaria de Direitos Humanos e pelo
Ministério da Justiça, que passariam a fazer também a interlocução com
agentes de segurança nos estados.
No Rio, onde o repórter da Band
foi morto, a presidenta do Sindicato dos Jornalistas do município, Paula
Máiran, presente ao evento, além de cobrar investigação e
responsabilização das agressões, acrescenta que as empresas de
comunicação precisam garantir treinamento adequado às equipes,
equipamentos de proteção para coberturas e respeito à Cláusula de
Consciência dos Jornalistas, que permite ao profissional recusar tarefas
em desacordo com o Código de Ética.