Votação de relatório da reforma política é adiada para segunda-feira (25)
A comissão especial da Câmara criada para elaborar um projeto de reforma
política adiou para a próxima segunda-feira (25) a votação do relatório
final do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que estava prevista para
esta terça-feira (19). Entre outros pontos, o projeto cria o chamado
sistema "distritão" nas eleições do Legislativo, prevê um teto para o
financiamento da campanha por empresas e propõe a redução dos mandatos
de senadores de oito para cinco anos.
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Integrantes da Comissão decidem adiar votação da reforma política |
No início da sessão desta terça, o presidente da Comissão, deputado
Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que ele e o relator conversaram e decidiram
reabrir os debates sobre o texto – que havia recebido críticas
inclusive do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – e marcar a votação do relatório para a próxima segunda-feira.
Segundo Maia, o motivo do adiamento foi o fato de o relator ter
disponibilizado ao colegiado uma nova versão do projeto. A intenção,
destacou o presidente da comissão, foi que todos os deputados tivessem
tempo para analisar com cuidado o texto.
Rodrigo Maia disse aos integrantes da comissão que ele combinou com o
presidente da Câmara um prazo até a próxima terça-feira (26) para votar o
relatório.
“Já está acertado com ele [Cunha] que temos a segunda à noite e terça o
dia inteiro”, relatou Maia. “O presidente não avocará ao plenário sem
aprovação da comissão”, completou.
Críticas de Eduardo Cunha
Nesta segunda-feira (18), Eduardo Cunha criticou
o relatório da reforma política elaborado por Marcelo Castro, seu
colega de partido. Na ocasião, o presidente da Câmara disse que seria
“preferível” que o texto não fosse votado do jeito que está pelo
colegiado. Ele chegou a defender que a proposta fosse votada diretamente
no plenário na semana que vem para dar tempo de valer já para as
eleições de 2016.
Alvo das críticas do presidente da Casa, Castro disse durante a sessão
que não se sente pressionado pelas críticas direcionadas ao relatório,
que, de acordo com ele, expressa o pensamento da maioria da comissão.
“Tenho personalidade que julgo amadurecida e forte e não me sinto
pressionado por ninguém. O caso comigo e com Cunha é bala trocada. Para
mim, assunto encerrado”, afirmou o relator aos colegas da comissão.
O deputado do Piauí contou que, nesta segunda, tinha agendado uma
reunião marcada com o presidente da Câmara, porém, o encontro foi
cancelado depois que Cunha fez críticas públicas ao seu relatório. “Em
vez de ter reunião, recebemos declarações que ele [Cunha] deu nos
jornais”, observou o relator.
Castro relatou ainda ter pedido que sua assessoria repassasse aos
outros integrantes da comissão a avaliação de que Cunha foi
desrespeitoso com todo o colegiado. Na véspera, ele havia dito que,
obviamente, o presidente da Câmara tinha escolhido o relator errado”.
Para o peemedebista, ao longo da elaboração do relatório, ocorreram
discordâncias entre ele e o PMDB.
“Vossas excelências acompanharam problemas que houve com a condução do
PMDB. O PMDB defende um ponto de vista, eu defendo outro. Isso soa
estranho para todos, para a sociedade."
“Na verdade, deveria estar aqui uma pessoa que refletisse o pensamento
do partido, mas isso me foi dito tempos depois de eu ter expressado meu
pensamento e ter feito compromisso com vossas excelências, então, não me
restava outra alternativa senão continuar com compromisso que fiz desde
o primeiro dia”, acrescentou.
fonte G1/DF