Tratamento natural através da Aromoterapia, pode ser opção para enfrentar a Covid-19
Por: Rosângela da Cruz (foto)
Terapeuta Holísticas e Acupunturista.
Ac de Farmácia
Os óleos essenciais, são produtos naturais, e podem ser uma opção de terapia complementar
nesse período pandemia do Covid-19. Eles podem ter funções antimicrobianas, anti-viróticas,
além de ajudar a diminuir a ansiedade, estresse e dores, podem ser usados tanto para
tratamentos terapêuticos como estéticos facial e corporal. Ainda que eles sejam naturais, são
produtos complexos porque possuem em sua composição muitas substâncias, sendo assim o
uso deve ser feito com a orientação de um profissional habilitada, assim como acontece com
os medicamentos tradicionais. O óleo essencial é um princípio ativo natural proveniente de
plantas medicinais aromáticas, podendo ser obtidos a partir de flores, folhas, cascas, rizomas e
frutos. Quando os aromas são sintéticos, produzidos em laboratórios químicos, eles passam a
ser chamados de essência tendo apenas o benefício do aroma, diferente do que acontece com
óleos essenciais. Os óleos essenciais são formados dentro da planta e quando extraídos
propagam essa atividade e transferem seus princípios ativos naturais para o outro organismo
vivo, apesar do seu caráter místico existem muitas pesquisas na comunidade científica sobre
estes compostos, inclusive, com a utilização deles em alguns centros médicos. Há inúmeros
artigos sobre o tema, porque a Aromaterapia já faz parte das PICs (Práticas Integrativas e
Complementares) do Sistema Único de Saúde - SUS
Para o uso doméstico, orientamos que sejam utilizados em difusor que espalha seus aromas
pelo ambiente. No momento atual, os óleos indicados são: Bergamota (Citrus x bergamia),
Laranja doce (Citrus x sinensis), Limão-siciliano (Citrus x limon), todos estes com a função de
antisséptico ambiental, os anti-virótico tais como os de; Alecrim verdadeiro qt cineol
(Rosmarinus officinalis qt cineol), Canela (Cinnamomum zeylanicum), Cravo (Syzygium
aromaticum), Eucalipto radiata (Eucalyptus radiata) e como imunomoduladores – função que
ajudam na imunidade – são indicados os de (Thymus vulgaris qt timol) e Tea tree (Melaleuca
alternifolia) e como calmante, o óleo essencial de Lavanda (Lavandula angustifolia) é o mais
indicado.
O potencial dos óleos essenciais na pandemia
A gripe espanhola de 1918 deixou um legado importante: era preciso evitar aglomerações, não
frequentar cinemas e teatros, não fazer visitas e cuidar da higiene – as mesmas
recomendações médicas para evitar o contágio pela Covid-19. Outro legado vem dos séculos
XVI e XVII durante a peste negra. Os médicos usavam dentro da máscara uma solução de
vinagre com plantas aromáticas ricas em óleos essenciais, como canela, louro, cravo-da-índia,
entre outros, para evitar contrair a moléstia. Séculos depois, estudos científicos demonstram o
potencial desses óleos para debelar, neutralizar ou até mesmo matar o vírus da
herpes,influenza (H1N1) e do ebola. Especialistas e pesquisadores em óleos essenciais,
mostram o potencial de alguns óleos essenciais para minimizar ou prevenir a Covid-19.
Há alguns fitoterápicos que possa atuar na proteção do vírus, já existem também vários
estudos realizados com quercetina, hesperidina e rutina, que são flavonoides derivados das
frutas cítricas, além de pesquisas com o ácido glicirrizínico do alcaçuz, que in vitro mostrou
eficiência contra o SARS-CoV-1. As avaliações preliminares e o uso por parte da população
doente na China de compostos fitoterápicos, especialmente ricos em extrato de alcaçuz, têm
apresentado resultados de rápida recuperação dos pacientes da Covid-19 e sendo alvo de
grande atenção do meio da comunidade médica. Curiosamente, a quercetina citada, também
encontrada em cebolas e maçãs, demonstrou ter a capacidade de quelar o zinco e transportá-lo para dentro das células. Isso teoricamente poderia aumentar a eficiência antiviral que o
zinco possui.
A via respiratória é o principal meio pelo qual o SARS-CoV-2 penetra e infecta nosso corpo,
sendo os pulmões os principais órgãos atingidos. A inalação de óleos essenciais para o
tratamento de doenças é tão antiga quanto à humanidade, sendo que, desde 1930 – como
surgimento da Aromaterapia – a inalação dessas substâncias se consagrou e foi reconhecida
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em 2018, pelo Ministério da Saúde dentro da
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPICs). No Brasil o Sistema
Único de Saúde (SUS), começou a implementar a Politica Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares em 2006 e, atualmente, conta com 29 práticas entre elas MTC com
Acupuntura, Fitoterapia, Aromaterapia, Ayurveda, terapia comunitária, ozonoterapia entres
outras.” Neste momento, em que não há ainda medicação para a cura, vários profissionais
estão utilizando as práticas integrativas como forma de complementar a assistência, e com
alguns registros de melhora em alguns tratamentos, que estão sendo realizados em nível
nacional” afirma a conselheira nacional de saúde e coordenadora da Comissão Intersetorial
de Promoção, Proteção, Práticas Integrativas e Complementares em Saúde(CIPPSPICS) do
CNS, Simone Leite.
A aromatologia está em ascensão os últimos anos foram marcados por uma explosão mundial
no comércio e pela utilização de óleos essenciais em todo o planeta. Em 2019, esse mercado
movimentou mais de US$ 1 bilhão em todo o mundo apenas no segmento da Aromaterapia.
Em hipótese alguma as pessoas devem pensar que unicamente óleos essenciais vão resolver e
curar a Covid-19. A aromaterapia pode ser e já vem sendo empregada amplamente por
pessoas em quarentena dentro de suas casas como meio de prevenção, imunoestimulação,
redução da ansiedade e melhora dos sintomas mais brandos da infecção. É importante
ressaltar que óleos essenciais não devem substituir a prescrição médica. Quem estiver fazendo
seu uso em casa, tendo pioras ou apresentando sintomas graves da Covid-19, como falta de ar
e febre muito alta, deve buscar imediatamente o hospital mais próximo com urgência.
Como usar os óleos essenciais.
-
Nebulizador de máscara: Especialmente para aumento da imunidade e eliminação de
catarro. Coloque de uma a três gotas no compartimento do soro (com um pouco de soro
fisiológico). A inalação pode ser feita por 15 a 20 minutos seguidos ou até que o óleo acabe.
Não é recomendado o uso de óleo de canela (pode arder o nariz). Recomenda-se cautela com
os óleos de tomilho, cravo e orégano, que não devem exceder uma gota e podem ser sempre
combinados com óleos mais suaves como eucalipto, louro ou teatree. Em caso de tratamento sintomático, a inalação pode ser feita de uma a três vezes ao dia por uma semana ou mais dias
consecutivos, se necessário.
- Difusor de ambiente: Especialmente para aumento da imunidade, redução do estress,
ansiedade e redução da infecção aérea. Pingue de cinco a 15 gotas conforme o tamanho do
ambiente (30 m2 a 60 m2) de óleos diversos com funções distintas ou complementares como
indicado aqui. Esse uso pode ser feito de uma a três vezes ao dia ou na hora de dormir.
- Difusor de colar: Especialmente para redução da ansiedade e estresse. Pingue uma gota
diariamente. Importante ressaltar que essa intervenção é insuficiente para ter alguma eficácia
antiviral.
´- Máscara: Pode-se pingar uma gota de óleo essencial na máscara para inalação. Não
utilize canela, cravo-da-índia, tomilho e orégano puros, pois podem queimar se houver contato
com a pele.
- Álcool 70% líquido e gel: Podem ser adicionados óleos essenciais (de 0,5-1%) para
potencializar sua ação antisséptica. Cerca de 20 a 45 gotas em cada 100mL de álcool líquido ou
gel.
- Massagem: A massagem com óleos essenciais pode ser feita em quem está em casa com
sintomas de Covid-19 ou simplesmente com a intenção de reduzir a ansiedade ocasionada pela
quarentena. Sugere-se para adultos o uso de 3% (65 gotas total) e crianças 2% (45 gotas total)
de alguns dos óleos essenciais aqui descritos em algum óleo carreador para massagem.
Não exceda dez gotas de óleos que possam arder a pele (canela, cravo, tomilho, orégano).
O potencial de cada óleo
Louro, eucalipto-comum, ravensara, ravintsara e saro são ricos em cineol (eucaliptol), que é
um excelente expectorante. Óleos ricos desse composto podem ajudar a limpar as vias
respiratórias do catarro, melhorar o fluxo do ar e estimular a resposta imune.
Cravo-da-índia é rico em eugenol, que apresentou (in vitro) ação antiviral até contra o vírus
ebola. Esse componente mostrou em diferentes estudos capacidade de estimular a produção
de anticorpos, meio pelo qual o nosso organismo combate os vírus. Cuidado: óleo agressivo
para mucosas.Utilize sempre diluído. A Canela-da-china é um óleo essencial com maior nível
de inibição de proteínas virais e pode ser sempre usado em difusores no ambiente para se
proteger. Cuidado: óleo agressivo para mucosas.Utilize sempre diluído.
O Tomilho e orégano são óleos ricos em carvacrol e timol, compostos conhecidos por possuir
alta eficiência contra diferentes agentes virais. Esses óleos mostraram ter importante efeito
imunoestimulante e podem ser complementares em sinergias com outros óleos. Cuidado: óleo
agressivo para mucosas. Utilize sempre diluído.
Bergamota apresenta grande eficácia em debelar vírus no ar, como o H1N1, e possui, além
disso, efeitos sedativos e ansiolíticos, úteis para a ansiedade gerada pela quarentena.
Tea tree é altamente eficiente contra o H1N1, possuindo potencial ante outros tipos de vírus.
Também possui ação imunoestimulante e levemente expectorante.
Palmarosa e gerânio são óleos muito suaves e agradáveis, com aroma de flores. São ricos em
geraniol, composto que mostrou possuir ação estimulante da produção de anticorpos.
Lavanda, bergamota, laranja, espruce, abeto, funcho, capim-limão são opções de óleos
essenciais ansiolíticos e altamente relaxantes para o momento da quarentena. A lavanda,
principalmente, possui estudos muito bons no controle da insônia.
Lembre que os óleos essenciais são seguros, de uso tópico e não temos
registros de efeitos colaterais. No entanto, ELES TÊM CONTRAINDICAÇÕES
Referências dos artigos científicos citados:
REN JL. et al. Traditional Chinese medicine for COVID-19 treatment. Pharmacol Res. 2020 Mar
4;155:104743.
RICEVUTI, G. et al. Oxygen-ozone immunoceutical therapy in COVID-19 outbreak:facts and
figures.Ozone Therapy 2020; 5:9014.
ASCOM CRF/AL
ASCOM CNS
Manual Técnico – Bem Estar, Saúde e Beleza Cuidados Naturais 8ª Edição