Brandão faz tudo (e muito mais) por Rafael Leitoa em Timon e deixa Fábio Gentil "a ver navios" em Caxias; prefeito caxiense está apenas recebendo tapinhas nas costas num momento crucial
Em toda sucessão municipal, o mínimo que um governador faz por seu aliado em Caxias é a destinação de asfalto para recuperar ruas depois de um inverno rigoroso, cujo término das chuvas coincide com a fase da pré-campanha. Até agora não se viu um único centímetro de parceria nessa seara, tendo o gestor caxiense conseguido alguma coisa por conta dos cofres municipais e emendas da deputada Amanda Gentil.
Também não precisa ser especialista em política para ficar estarrecido quando a filha de uma assessora pessoal de CB fica se aventurando na política caxiense e contando com boa parte do aparato estadual a seu favor no terreiro de Fábio Gentil. Outros assessores graduados da máquina estadual também desrespeitam Fábio Gentil quando fazem campanha declarada contra suas pretensões municipais.
Continuando nas comparações com a cidade vizinha, nem contratado de órgão estadual se atreve a acenar contra os interesses políticos de CB em solo timonense, enquanto em Caxias tem-se a impressão de que aqui é terra de ninguém e secretários estaduais agem a vontade e chegam a falar até mesmo o nome do governador para defender seus interesses contra o prefeito caxiense sob o silêncio (ou será consentimento?!) de Brandão.
O que CB está permitindo (e fazendo) com Fábio Gentil em Caxias não encontra paralelo em outros momentos da política caxiense.
Edson Lobão agiu firme e forte para ajudar o aliado Hélio Queiroz em 1992, quando colocou um interventor no município para ajudar o amigo nas eleições daquele ano.
Roseana Sarney parecia que não tinha outros aliados no município quando a família Marinho estava no comando da Prefeitura.
Jackson Lago foi a mão forte e amiga de Humberto Coutinho na sua reeleição em 2008.
Já o então governador Flávio Dino, antecessor de Brandão e um exemplo a ser seguido, foi um capítulo à parte na trajetória política de Humberto Coutinho, pois foi um aliado de todas as horas e fez de tudo mesmo quando a reeleição de Léo Coutinho se mostrava inviável. Dino foi um aliado perfeito e não abandonou o amigo Humberto em nenhum momento que sua mão amiga se fez necessária.
Antes mesmo do início dos debates sobre a escolha do sucessor de Flávio Dino, Fábio Gentil se colocou a frente na missão de levar e defender o nome do vice-governador no meio político Maranhão afora enfrentando o até então promissor Weverton Rocha.
Fábio foi o aliado certo, na hora certa, que Carlos Brandão tanto precisava nos primórdios das suas pretensões de se tornar governador.
A última vinda do governador a Caxias, quando entregou uma praça e um micro-ônibus, serviu também para fotografias e tapinhas nas costas para afagar o prefeito e nada mais.
Caxias tem na sua tradição política o respeito e a ajuda dos governadores por seus partidários no município.
O atual está quebrando essa tradição e mostrando, da sua maneira, como tratar um aliado que um dia já foi importante.
Mas Fábio Gentil já conseguiu grandes feitos na política tanto municipal quanto regional. Foi eleito prefeito em 2016 contra a máquina estadual representada pelo Palácio dos Leões e pela Assembleia Legislativa, e no município pela Prefeitura, assim como elegeu a companheira deputada estadual e a filha deputada federal nas últimas eleições.
Já tem um histórico de sucesso contra grandes adversários, sejam eles declarados ou não.
A história e a tradição política de Caxias lhe mandam lembranças, governador...